terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

TECENDO O CARATER






Ética, valores morais, espirituais, religiosos e pessoais, compõem o tecido invisível e "emaranhado" que esculpe o caráter. 

Todos esses valores são incutidos em cada ser humano, desde a mais tenra idade e, sem o percebermos, vão se solidificando e construindo o EU de cada homem ou mulher. 

Cada um age e reage de acordo com o discernimento do lhe foi incutido. Sendo as escolhas meio que compulsórias, devido a tudo isso. 

Mesmo que não tenhamos certeza se as escolhas são nossas (mesmo) ou se são consequencia de uma pré-programação; elas sempre nos levarão a "lugares comuns", caso não optemos por mudar "velhos" hábitos e atitudes. Com frequencia, corremos como "ratos",  em busca do próprio "queijo", esquecendo de que é necessário reabastecermos a "dispensa", senão o "queijo" acabará e "morreremos" de fome. 

Não importa a idade, estado civil, religião, opção sexual, sempre sentiremos culpa por nossos defeitos, falhas e inseguranças. No entanto, a vertente aberta por muitos debates, nos leva a ponderações do tipo: "se tudo nesta vida tem um propósito" porque nossas inaptidões e erros não o teriam? 

A “eloquência” de argumentos,  correlacionados a fatos inquestionáveis, nos torna tendenciosos à exercitar a benevolência e a empatia com situações que naturalmente repudiaríamos.  Só não posso afirmar, com a mesma propriedade que algumas pessoas o fazem quando alegam: "o arbítrio não existe"... Mas concordo que ele depende de muitos outros fatores, além de nossas escolhas pessoais. A isto ratifico, sem medo de errar. 

Termino, com uma citação de Fernando Pessoa: “Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens”.

Boas escolhas e boa semana!



 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

CORRENTES INVISÍVEIS

Imagem Google - Autoria Desconhecida



Ontem vi um pedaço daquela novela das 18h, que trata das relações entre negros e brancos, independente de serem livres ou não... e imaginei qual seria o sentimento daquelas "libertas", ainda sob o jugo da subserviência ao "poderio branco", no qual  além de todas as ostentações de poder (por parte deles),  ainda viam-se obrigadas (por falta de escolha/ "determinismo") a continuarem "servindo sexualmente" aos seus "ex-senhores", para terem um teto sobre suas cabeças e um pouco de comida para sustentar seus corpos e de seus filhos bastardos. No entanto eram totalmente desprovidas de qualquer anseio de serem amadas, respeitadas ou reconhecidas como "suas senhoras" ou,  pelo menos, como seres humanos...
                                                         
Ponderei o porque de ainda nos dias atuais, tanto homens como mulheres (classificados como livres), permitirem-se ser "mutilados" e "degradados" com a passagem do tempo, inertes como estátuas. Enquanto suas vidas se arrastam por  sendas das quais reconhecem os desfechos de opressão, de exploração e de desrespeito aos direitos humanos básicos.

Sabedores que são de seu direito de ir e vir (reconhecidos pela Carta Magna) permitem-se ser escravizados pela  aquiescencia tácita e pelo respeito aos limites ditados pela "liberdade vigiada", a qual vivenciam na vida pessoal, profissional, emocional, religiosa.  

Por conta de suas  posturas enxergam-se indignos  de oportunidades e tratamento positivamente diferenciados.

O ato de acatar compassivamente os desmandos e desrespeitos das pequenas e grandes autoridades instituídas, acreditando que o "status quo", é consequencia natural do seu tom de pele, das suas origens sociais, raciais ou de sua culpa religiosa, pode ser considerada uma  atitude covardemente simplista. 

A liberdade que foi concedida pela a Lei Aurea, na teoria, libertou os negros e sua descendência da escravidão, mas na prática, a escravidão permanece, não apenas para os afrodescendentes, mas para todos os desfavorecidos  (socio culturalmente falando), pois existem brancos, indíos, negros, mulatos e mamelucos que ainda sofrem todo o tipo de discriminações e abusos, devido às suas origens. 

Foram-lhes subtraidos boa parte dos direitos humanos básicos (educação de qualidade, moradia digna e segura, transporte coletivo de qualidade, saúde pública, etc). 

Mas todas essas carências passam despercebidas aos olhos de quem as sofre, tendo em vista que o paternalismo governamental ou "eleitoreiro" encobre seus olhos com toda a sorte de benefícios sociais (que são válidos, sim!), mas que não os provém do básico necessário (dignidade e autosuficiência) e,  ainda onera os cofres públicos (porque de onde se tira e não se repõe, o que acontece?).

Sem querer ser taxativa ou dramática, me permito a conclusão de que talvez, só talvez, a cultura dos tais "antigos escravos da casa grande" ( que se contentavam com a ilusão de uma vida digna e segura - junto aos seus senhores - mas cientes da realidade de que NUNCA poderiam angariar tal prêmio, pois tudo dependia do "determinismo" do Todo Poderoso ou das benesses do "Senhor Feudal"...) ainda permanece entre nós, com suas correntes invisíveis... Boa semana!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

VIOLÊNCIA CONTRA O SER HUMANO





Imagem FACEBOOK - Feministas do Cariri


Hoje, pela manhã, estava assistindo ao noticiário, no qual se falava sobre um “serial killer” da baixada fluminense, que atraia mulheres para sua residência com objetivos sexuais, mas (por ter alguma disfunção) ficava irritado e as matava por estrangulamento. O ultimo corpo encontrado foi o de uma jovem de 25 anos, que ele estrangulou no dia 12 de janeiro e a colocou em uma mala em uma via de tráfego movimentada. Esta jovem  tinha o mesmo perfil das demais vítimas: se drogava e prostituía.

Este fato isolado já nos leva a uma sensação de revolta, mas o indivíduo em questão é um psicopata, um doente que entra em desarmonia psicológica, tornando-se violento, ante à frustração de sua impotência sexual. O que em si já justificaria sua atitude doentia.

No entanto, existem indivíduos, aparentemente saudáveis social e psicologicamente e que insistem em agredir mulheres, não apenas fisicamente, mas com agressões psicológicas: denegrindo-as, por serem feias ou bonitas, gordas ou magras demais, inteligentes demais ou de menos, sexy demais ou de menos, decididas ou indecisas, etc e etc.

Nós mulheres, somos seres instáveis, por conta de nossa carga hormonal, que nos desestabiliza em várias áreas de atuação, durante nossas vidas. E muitas vezes somos irritantes, principalmente sob o ponto de vista masculino. Mas fomos criadas com a mesma carga genética que os homens e somos sim, capazes de fazer muitas coisas que eles fazem, mas com o cuidado que eles desconhecem.

Agredir uma mulher por discordar de suas teorias; mutilar por ela abandonar um lar violento ou castrador; ameaçar e matar por perder o “posto” autoimposto, não torna nenhum homem mais homem, mas um animal irracional sem noção de seus limites.

Os meios de comunicação deveriam deixar de incentivar a ridicularização do "diferente", do que está fora dos padrões de beleza, inteligência ou do "aceitável" instituido. Inclusive a misoginia (ódio ou desprezo ao sexo feminino), que deve ser repudiada com veêmencia, pois nós mulheres, temos os mesmos direitos que os homens e desconheço os que foram discriminados ou criticados por serem feios ou gordos, por exemplo.   


Esta mitologia de que as mulheres, devem ser esguias, sexy, subservientes e pouco inteligentes, já deveria ter caído em desuso. O que importa não é a aparência física ou o sucesso intelectual ou profissional que atingimos e, sim, a pessoa íntegra que somos,  independente de nosso sexo ou sexualidade. 

Todos precisamos de respeito e ele deve começar na educação infantil: mostrando que existem diferenças físicas e fisiológicas entre homens e mulheres, mas que um depende do outro para a perpetuação das famílias, das cidades, dos estados, dos países e da espécie: homo sapiens.